terça-feira, 1 de dezembro de 2009

cores, formas e sensações


Desde os primeiros anos de vida nós somos estimulados através do uso de cores, formas e tantos outros recursos que são utilizados para atrair atenção e atribuir significados a uma mensagem.
A manipulação desses recursos contribui para despertar a imaginação e a criatividade, e possibilita o desenvolvimento da destreza manual, da descoberta e da organização, essas reações sensoriais desenvolvem formas pessoais de expressão do seu mundo interior e de representação da realidade.
A partir do estudo da Gestalt verificamos que a percepção do ser humano parte de forças de organização que justificam o porquê de vermos as coisas de uma maneira específica. De acordo com a teoria gestaltista essas forças orientam a nossa leitura dos dados recebidos, fazendo com que tenhamos uma interpretação pessoal sobre a mesma, a partir de princípios como a unificação, fechamento, continuidade entre outros.
O conhecimento adquirido com os estudos citados beneficiam, sobretudo, a área da comunicação auxiliando-a na identificação da melhor e mais eficiente forma de aplicação destes recursos em suas produções tornando-as mais sedutoras, harmoniosas e dinâmicas.
Portanto, cada elemento que participa da composição do layout, agrega valores e significados à mensagem, que são percebidos consciente ou inconscientemente pelos receptores, e contribuem para maximizar a visibilidade da peça e realçar o direcionamento intencionado pelo autor da mesma.

O Sr. desejaria estar adquirindo um novo cartão de crédito?


Quando vamos a um consultório médico, hospedamos em um hotel, ou ainda quando abrimos uma nova conta de e-mail, sempre tem um questionário, uma ficha de satisfação ou na melhor das hipóteses uma caixa de sugestões, formando assim os bancos de dados.
Bancos de dados são compostos pela categorização de informações determinantes sobre os consumidores, tipo eu e você e o resto do mundo, e por isso são disputados e barganhados pelas empresas.
Se você não parou pra reparar, faça-o e verá que á todo momento estamos sendo pesquisados. Sobre nossas preferências, disponibilidade, sugestões etc.
As empresas enfim compreenderam que para agradar seus clientes é preciso conhecê-los, saber sobre seus hábitos, afim de, identificar fatores que determinam ou influenciam à tomada de decisão no ato da compra.
Informações sobre seu orçamento, tamanho de sua família, classe social a que pertence, entre inúmeras outras, demonstram qual é a sua relação com o consumo, se é um ato condicionado pela necessidade ou pelo consumismo, quais os tipos de produto figuram entre as suas preferências e qual a sua freqüência de consumo por item.
Afinal um simples cadastro em uma vídeo-locadora, indica que você nutri certo interesse pelo assunto, quantas fezes por mês você aluga filmes, qual a média de filmes que você leva por vez e, portanto, estas são as informações que despertam a cobiça de outras empresas que atuam no mesmo segmento, como por exemplo cinemas ou lojas e sites de CD’s/DVD’s.
O que evidencia que conhecer o cliente é o primeiro passo para conquistá-lo, o estreitamento na relação consumidor/vendedor pode ser verificada com a crescente tendência da negociação personalizada se faz cada vez mais presente nos processos de consumo, afinal cada caso é um caso com limitações e aspectos distintos, portanto, a leitura individualizada pode estabelecer uma relação de fidelidade, onde ambos os lados saem satisfeitos.
Por isso cada vez, que o seu telefone tocar e uma voz suave e cortês lhe perguntar: Se “o Sr. desejaria estar adquirindo um novo cartão de crédito?”, lembre-se de que para a otimização das relações de consumo são necessários alguns sacrifícios.

Quem colocou isso aqui?


A definição de como, por quanto tempo e onde será veiculada uma campanha publicitária, é toda pensada em cima do perfil do público-alvo do produto anunciado, afinal qual a finalidade de fazer propaganda de passagens aéreas em uma cidade que não possui aeroporto, a colocação de peças publicitárias de um produto determinado persegue os passos e as preferências do seu target.
E você está tão acostumado com a presença da publicidade tradicional, que foi necessário criar novas alternativas para atrair sua atenção, por isso não estranhe se por um acaso ao levantar a tampa da privada no banheiro da sua faculdade, você encontrar uma propaganda de papel higiênico.
Cada vez mais você pode ver peças posicionadas em lugares inusitados, conveniente ou não, este tipo de estratégia tem funcionado eficazmente, principalmente no que diz respeito à divulgação da marca através do boca à boca.
Aliás, tudo que foge do convencional, com o uso do bom censo, desperta o interesse das pessoas, que se sentem especiais ao ver que aquela propaganda foi pensada e desenvolvida para ela.

De Darwin a Josiane

Falo de Darwin o famoso cientista autor da teoria da evolução e de Josiane nossa orientadora do projeto multidisciplinar autora de um “inédito” ditado popular.
Cada um a sua maneira, faz uma observação assustadora para muitos e incrivelmente animadora para alguns, em uma releitura da teoria do renomado cientista que relaciona a sobrevivência à flexibilidade de adaptação, a professora anteriormente mencionada, afirma que: “Tem lugar que só passa um.”
Sarcasmos a parte, na tentativa de evidenciar a relevância dos apontamentos colocados pela nossa educadora, posso dizer que os indivíduos que não acompanharem o ritmo do mercado no qual serão insertos certamente não atingirão posições privilegiadas neste.
Assim, podemos perceber que o descontentamento do mestre para com o desempenho de seus pupilos, se dá pela inadequação de postura destes ao ambiente acadêmico, onde pressupõe-se que haja uma maior disposição e disponibilidade para o aprendizado, para a construção intelectual e principalmente para a formação profissional.
A constatação é de que as expectativas não condizem com as atitudes da maior parte da turma, verificasse sim, um descaso típico dos acadêmicos da área, com as fundamentações dos livros e mestres.
Enfim, tanto Darwin quanto Josiane já alertaram, e como diria um ditado bem conhecido: “Quem não escuta conselho, escuta coitado.”

Direção de Arte II










Por ser uma matéria mais prática produzimos algumas peças no decorrer do período, que possibilitaram a percepção da nossa evolução no processo de criação e manuseio dos softwares.
Particularmente, percebi que a minha melhora foi gradual mais a diferença foi substancial, o que me fez acreditar naquele velho ditado, “a prática leva a perfeição”.
As campanhas solicitadas pelo cliente/professor Leonardo exigiam que assumíssemos uma postura profissional, onde não privilegiássemos apenas a fase de feitura das peças, mas preocupássemos ainda com a apresentação das mesmas.
Os desafios propostos foram sendo superados um a um, e o trunfo usado pela nossa equipe, foi justamente a apresentação, pois talvez não tenhamos correspondido no que diz respeito aos aspectos técnicos ou não tenhamos atendido plenamente ao pedido do briefing, mas o que não desconsideramos foi o poder da argumentação e do convencimento.
Portanto, posso seguramente definir a disciplina como a que me propiciou melhores resultados no sentido de amadurecimento profissional, afinal, o que aprendi foi que há campanhas que fascinam as pessoas e campanhas que as convencem.

O alquimista dos softwares




O Diretor de Arte é o profissional que promove a materialização da idéia.
O processo de criação inicia-se com o brainstorm, onde ocorre o registro da idéia no papel, evitando assim a perda desta. O que não significa que esta deva ser mantida inalterada deverá ser lapida afim de que atenda plenamente aos objetivos da campanha, e após a sua elaboração, deve-se fazer o Raf com o maior número de detalhes possíveis para que consiga informar exatamente o que se deseja ao Diretor de Arte.
A partir daí, começa a fase de produção propriamente dita, onde o Diretor de Arte através de sua perícia no trato com os softwares comprova a importância de cada elemento dentro da peça, pondo em prática os princípios de design gráfico, como, o equilíbrio, o contraste, a simetria, o alinhamento entre outros.
Fazendo jus à comparação sugerida pelo título, persegue a combinação mais harmoniosa possível para o seu layout, como se participasse da incansável busca da pedra filosofal.

A construção do saber


O Tangram é uma manifestação artística milenar oriunda da cultura chinesa, que incide na junção de peças de tamanhos e formatos diferenciados para a formação de mosaicos.
A escolha pelo Tangram como ilustração se fundamenta, na semelhança de filosofia existente entre esta e o Projeto Multidisciplinar, pois os dois intencionam a formação de um todo, a partir da conjunção de elementos equivalentes ou não, que variam inclusive enquanto ao seu grau de participação individual para o processo, porém ambos privilegiam a importância ímpar de cada uma dessas peças para a composição conclusiva do produto idealizado.
Desta forma, a proposta primordial deste método, concentra-se na busca da otimização do processo de aprendizado, que se dá, pela interação entre todas as disciplinas em torno de um projeto único no qual os conteúdos perpassados são relacionados e entrelaçados com o objetivo de formar uma perfeita simbiose para que ocorra efetivamente a aquisição e a apreensão do saber.
As disciplinas interagem e convergem para a construção do conhecimento, que por sua vez, interferem diretamente na formação profissional do acadêmico.
Através dos conteúdos ministrados pelos diversos professores em sala de aula recebemos subsídio teórico, que confere a nós, a propriedade para conceber, elaborar e concluir os nossos projetos acadêmicos e posteriormente profissionais.
Além disso, possibilita também a aplicação da teoria recebida no desenvolvimento do projeto, o que culmina com o acréscimo do saber empírico, sobre a funcionalidade dos processos que desencadeiam nos objetivos preestabelecidos, possibilitando a nós acadêmicos uma ligeira percepção sobre o mercado no qual brevemente seremos insertos.
Sendo assim, o Projeto Multidisciplinar permite a percepção do conhecimento como um processo contínuo e heterogêneo, constituído por elementos díspares e moldado com a interferência de diversos atores, e delega a nós a responsabilidade da conversão e assimilação de tal saber.

Roteiro ...luz, câmera e ação


A arte da imagem depende de uma pré-produção normalmente desconsiderada pelos leigos no assunto, mas que ao final, mostra-se imprescindível para garantir a qualidade do material.
Um filme por mais amador que possa parecer é composto, sobretudo, por detalhes cuidadosamente pensados e preparados.
O primeiro passo é construir um roteiro, pois é ele que direciona o que e como vai ser feito, através de uma minuciosa descrição do que é pretendido.
Cada elemento é de suma importância para o resultado final, a escolha do plano mais adequado - plano geral, plano americano, close-up entre outros -, dos movimentos de câmera mais apropriados - zoom in, dolly back, travelling etc -, dos efeitos de passagem – corte seco, fusão, fade in/out -, das angulações perfeitas, do balanceamento da luz, do posicionamento e do figurino da personagem, de cada item que compõe o cenário, enfim cada pormenor agrega um significado e conseqüentemente contamina toda a cena.
Alfim, o que se constata é que a produção de um filme apóia-se primeiramente na composição e harmonização de detalhes.

Sorria você está sendo filmado


Você não está em um reality show, não foi selecionado para a temida cadeira elétrica (etapa de entrevista do Big Brother Brasil), não foi escolhido para viver dois meses “No Limite” e nem foi convocado para ser um dos famosos peões de “A Fazenda”.
Você está na era da sociedade do espetáculo, sem roteiros ou direção, como protagonista ou figurante, você sempre está no enquadramento de alguma câmera.
Fazemos parte de uma sociedade neurótica pautada por excessos, de insegurança e de vaidade, aliás, já nem sabemos ao certo qual o motivo real de tanta câmera, o que sabemos é que a possibilidade de ser visto por outros nos assusta, mas, sobretudo nos atrai.
Um fenômeno de nossa cultura contemporânea evidencia isso, os realitys shows, são produtos moldados pela sociedade contemporânea (mutante e dinâmica), que pelo advento da tecnologia da comunicação alastrou-se por toda parte, marcada pela simultaneidade, são vitrines de ações e reações humanas, ou seja, são frutos de uma sociedade que procura se ver e se mostrar.
Essencialmente vivemos em um reality sem tanto glamour e sem nenhuma produção, quanto os vistos no pay-per-view, porém, conservamos características próprias do formato televisivo como: a verossimilhança; a espetacularização do real; o anonimato; a exposição de privacidade, e; o ponto crucial que é o eu-imagem.
Portanto, fique atento, policie seus atos e contenha seus impulsos, enfim sorria você está sendo filmado.

Análise SWOT


Analisar forças e fraquezas, fazer leitura de cenários, buscar vantagem competitiva, definir estratégias de guerrilha, estes termos e expressões que são amplamente difundidos entre os membros de corporações militares, compõem ainda o léxico de empresários, profissionais de marketing e por que não dizer de estudantes.
Durante todo o período recebemos conhecimentos que nos permitiram, ainda que timidamente, enxergar o mundo com outros olhos, afinal não seria possível diante de nossa inexperiência tornarmo-nos peritos no assunto, mas até me arrisco a analisar o cenário em que estou inserto.
Portanto, ao fazer a leitura do cenário, posso observar uma sala com outros 20 concorrentes, que a princípio possuem o mesmo objetivo, o de ser prontamente acolhido pelo mercado de trabalho.
Para avaliar a concorrência, levei em consideração as habilidades e limitações individuais, e conclui que como concorrentes diretos, ficaram uns três ou quatro que ambicionam trabalhar na área de redação.
Na análise do ambiente externo, constatei que as oportunidades, assim como as ameaças, são comuns a todos. Aponto então como principais oportunidades, a carência do mercado publicitário local por profissionais qualificados, sobretudo com habilidades em redação e o fato de que o setor está em ascensão na região. Entre as ameaças pode-se citar: a admissão de profissionais sem formação acadêmica; o excesso de oferta de serviços publicitários por empresas que não são agências de publicidade e a má qualidade de serviços produzidos por algumas agências locais, colaborando para que os empresários mantenham-se resistentes para investir em propaganda.
O diagnóstico do ambiente interno apresenta como forças, a experiência vivenciada com estágio no setor de redação, acompanhamento e atenção às alterações e tendências do setor e a disponibilidade, a noção de softwares de design gráfico e web design e o interesse em aprimorar as habilidades textuais. Destacam-se entre as fraquezas, a inexperiência de trabalho em uma empresa comercial, as limitações referentes à falta de domínio da Língua Portuguesa e a falta de fluência num segundo idioma.
Outra importante constatação, diz respeito ao diferencial, que considero que seja, o estilo próprio e singular de me expressar através de palavras ou de imagens, que propiciam a sedução do espectador.
Enfim, ainda há muito que estudar, afinal, o processo de aprendizado não se esgota na recepção de conhecimento, ele é, sobretudo, amplificado a partir do seu exercício contínuo, que de uma forma simplificada significa que “a prática leva a perfeição”.

Inspirados pela liberdade

O universo publicitário é fascinante, para quem está de fora pelo glamour que envolve a atividade, e para os profissionais e aspirantes a tal, pela liberdade, sobretudo, para criar, sem espaços ou horários rigidamente estabelecidos.
Pensando dessa maneira momentos comuns quase imperceptíveis podem favorecer o nascimento de grandes idéias, ou mesmo idéias mais modestas que ao serem lapidadas adquirem significativa relevância, afinal:
“Há coisas que começam grandes e há coisas que começam pequenas. E às vezes, as menores coisas são responsáveis pelas maiores mudanças.”
A frase extraída do filme infantil “Dinossauros” explicita a valorização da essência das coisas e não do tamanho delas, afinal idéias desprezadas durante brainstorms poderiam até ganhar um Leão em Cannes se melhor elaboradas.
Aliás, aprendemos inclusive que a simplicidade é um aliado muito bem visto em campanhas publicitárias, e aprendemos também que inovação e criatividade não são atributos necessariamente sofisticados.
Mas o principal aprendizado foi o de que regras são para advogados, medidas são para médicos e para os publicitários à liberdade, até porque o que nos atrapalha é o convencional.

Cesto x Sexto

Uma sonoridade, duas palavras vários significados.
Quando comecei a escrever achei que não faria sentido para os leitores, confrontar os significados de duas palavras tão inexpressivas, mas a mim pareceu a fórmula perfeita para expor a minha impressão sobre o sexto período.
Entre os significados da palavra cesto, refiro-me ao que faz menção a um cinto da poderosa deusa mitológica Vênus. De acordo com o mito o cinto concedia a quem o usasse todas as graças, desejos e atrativos.
Na Academia aprendi a usar uma ferramenta semelhante ao cinto mágico, se trata de algo que aprendemos a fazer muito cedo, mas só aperfeiçoamos no ambiente universitário, o diálogo. E durante o percurso até agora percorrido usamos exaustivamente o diálogo para expor nossos pontos de vista, defender nossas posições, mas, sobretudo para argumentar.
O sexto período, no entanto, foi marcado pela ausência quase absoluta de diálogos, com os colegas de equipe, com os demais colegas, com os professores, enfim o que prevaleceu foi a resignação, o mutismo e a frustração.
Como consequência, percebo que me tornei uma pessoa extremamente técnica e irremediavelmente incrédula, nem cogito mais a possibilidade de questionar, me contento com o cumprimento de minhas tarefas.
Porém, confesso que a existência de tal artefato ou a volta do diálogo facilitaria bastante a convivência em grupo, fazer uma expedição de caça ao tesouro é uma hipótese inviável, mas talvez no próximo período consigamos recuperar a habilidade de dialogar e com isso o prazer de estarmos juntos.